É fato que a obesidade é uma epidemia, onde os homens lideram no ranking, mas as mulheres não ficam muito atrás e seguem avançando nas estatísticas. Atestado pela VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde do Brasil, 44,7% do público feminino já se encontra no nível do sobrepeso e da obesidade.
Segundo Claudia Cozer, endocrinologista e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO), a mulher tem uma predisposição maior ao ganho de peso, em comparação aos homens, devido à menor proporção de massa muscular e menores níveis de testosterona. “As oscilações hormonais que acontecem durante a gravidez, amamentação, menopausa, tratamentos para engravidar e grande frequência de depressão e tensão pré-menstrual favorecem alterações de neurotransmissores cerebrais, que ativam a fome e a saciedade, causando a maior tendência à compulsão alimentar”.
A especialista explica que mais do que buscar um belo corpo, as mulheres precisam se conscientizar de que o acúmulo de peso exerce uma influência negativa sobre uma vida saudável. A obesidade afeta vários pontos no sexo feminino, como falta de ovulação e menstruação, dificuldades para engravidar, hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes, trombose, aumento de pelos, estrias e acnes, entre outros.
A psicóloga especialista em obesidade e que segue a linha de psicoterapia breve, Sandra Aurea Hamzeh,também destaca que o ganho de peso se relaciona com fatores emocionais, como ansiedade, depressão ou transtornos compulsivos, sendo necessária uma avaliação junto a uma equipe especializada, para que tais dificuldades sejam identificadas e trabalhadas no início de um processo de reabilitação alimentar.
Sandra explica que as consequências do excesso de peso também desencadeiam diversos sintomas emocionais, como baixa autoestima, sentimento de depreciação, desvalorização e isolamento social, anulação da vida afetiva e pode chegar até à depressão grave. “A obesidade afeta a vida psíquica da mulher como um todo, repercutindo na vida social, afetiva e até profissional, onde perde a confiança pessoal e passa a ter distorções na sua autoimagem”, relata.
Atualmente, muitas mulheres buscam alternativas para diminuir os ponteiros da balança e entre os tratamentos de maior eleição estão aqueles que contemplam o apoio psicológico, para uma efetiva reeducação de hábitos (alimentares e de atividade física). Nem sempre é fácil promover a mudança sozinha, e algumas vezes a prescrição de medicamentos por profissionais especializados se faz necessária. O mesmo vale para a indicação do balão intragrástico, dispositivo que pode estimular de forma efetiva a redução de mais ou menos 15% do peso inicial e cujas pesquisas comprovam eficiência em mais de 90% dos casos.
beijos
Carol Foltran